Deputadas contestam a pesquisa do Ipea sobre violência contra mulheres
Agência Assembleia
As deputadas Francisca Primo (PT) e Eliziane Gama (PPS) ocuparam a tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira (31), para contestar o resultado de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada na quinta-feira (27), revelando números inquietantes e preocupantes com relação à violência contra as mulheres no Brasil.
De acordo com a pesquisa, 65,1% dos entrevistados homens e mulheres concordam com a afirmação: mulheres que usam roupas que mostram o corpo devem ser atacadas. Apenas 25% discordam totalmente. Já 58% concordam com a afirmação de que se as mulheres soubessem como se comportar haveria menos estupros.
Para Francisca Primo, é revoltante nos deparamos com essas atitudes, pois devemos trabalhar para combater esses pensamentos, que ferem a liberdade das mulheres. A deputada solicitou ao presidente da Casa e à imprensa que façam uma campanha contra esse tipo de abuso e violência contra as mulheres.
Da mesma opinião compartilha a deputada Eliziane Gama, expressando indignação e fazendo reflexão acerca do resultado da pesquisa, que dominou as redes sociais e foi destaque no Fantástico da Globo. “ A pesquisa é a reflexão real do que infelizmente é a mulher no inconsciente da população ainda patriarcal no Brasil”, disse.
Eliziane Gama comentou que até a década de 30, no Brasil se afirmava pela maioria da população que a mulher não tinha direito a votar, não tinha direito à cidadania, não tinha direito a ser votada. Segundo ela, só depois de uma luta grande de várias mulheres no Brasil, dentre elas Berta Lutes, conseguiu-se romper essa forma discriminatória em relação à mulher no Brasil.
Na avaliação de Eliziane, só depois da instituição da Lei Maria da Penha, que sofreu por 20 anos sendo agredida pelo próprio marido e ficou numa cadeira de rodas, temos uma lei que proibe agressão contra as mulheres. “Infelizmente, em 2014, temos uma pesquisa onde mais da metade da população acha que a mulher é culpada por estar sendo estuprada”, lamenta a deputada.
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