Maranhão – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), bateu duro no PMDB, principal aliado do governo Dilma Rousseff (PT), mas que vem acirrando a crise política no atual mandato da presidente. Segundo o chefe do Executivo local, a "peemedebização da política é algo a ser combatido, embora claro que o PMDB caiba na aliança".
"O que estou dizendo é que o PMDB existir e ser aliado é normal. Agora ele se tornar uma força hegemônica é realmente desastroso porque o PMDB não se notabiliza por ter um programa claro", afirmou o gestor em entrevista à revista Carta Capital.
Um reflexo do racha entre PT e PMDB no Palácio do Planalto foi a sanção da lei que dificulta a criação ou a fusão de partidos, uma forma de jogar para "debaixo do pano" as pretensões do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD-SP) de criar o Partido Liberal.
Segundo os peemedebistas, a proposta é uma forma encontrada pelo governo para reduzir sua dependência do PMDB. Diante das dificuldades de articulações políticas do governo com o Congresso Nacional, Flávio Dino não vê o presidencialismo de coalizão como um modelo esgotado.
O governador afirmou que "nós temos uma questão de fundo central, muito maior do que o suposto esgotamento do presidencialismo de coalizão. A questão central é o esgotamento do modelo de financiamento político no Brasil".
De acordo com ele, "se você desvia o olhar para essa história de que o presidencialismo de coalização esgotou ou não, das alianças, você acaba perdendo a dimensão daquele que é o fator de todas as crises políticas desde o início dos anos 1990".
"Todas elas, desde o impeachment de (Fernando) Collor, CPI dos Anões do Orçamento, todas, tiveram como questão geradora exatamente a problemática do financiamento privado de campanha. Então acho que esse é o tema número um a ser enfrentado nessa conjuntura política", acrescentou.
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