O camarão de Tutoia
No final da década de 70, pesquisadores de uma universidade federal do nordeste realizaram um trabalho com o camarão pescado na Baía de Tutoia.
O estudo constatou que o crustáceo retirado daquele braço de mar se alimentava de determinado tipo de alga marinha, que o transformava no mais saboroso da América do Sul. Tal descoberta atraiu algumas empresas do norte, do nordeste e também do sul. As principais foram a Cibradep, Confrio, Continental, Pina, Ipecea.
Esta última, segundo o empresário português João Cardoso, do ramo de restaurantes, fez aterrissar no seu estabelecimento, em Boston, nos Estados Unidos, uma caixa com camarão congelado do tipo exportação. Oriundo dos Açores e bom e experiente cozinheiro, Cardoso, resolveu realizar um trabalho gastronômico com o tipo de crustáceo que acabara de conhecer. Gostou tanto que, guiado pelo endereço impresso na embalagem, veio junto com o irmão, a fim de conhecer as condições locais de onde era pescado aquele camarão especial.
Ao final da visita, concluíram haver encontrado uma mina pronta para ser explorada. Não perderam tempo e logo instalaram em Tutoia, uma grande indústria, como o objetivo de explorar não apenas o camarão, mas também o pescado em geral, que existia em abundância. A Solmar dos irmãos Cardoso, assim como a Esnisa, foram vítimas da situação econômica do Brasil, principalmente na década de 80.
Não resistiram e fecharam as portas. A partir daí, até 2008, o famoso camarão de Tutoia, passou a ser pescado de forma clandestina por barcos pesqueiros de todos os recantos do País.
Memória Tutoia
Livro: Tutoia 70 anos 1938-2008


Triste realidade
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