Por Edivaldo Holanda Júnior (prefeito de São Luís)
Escreve artigo publicado aos domingos no Jornal Pequeno. Via John Cutrim
O diálogo tem sido um aliado de toda hora no exercício de governar. Na perspectiva de ampliar os canais de conversação com os mais variados segmentos é que dou início, neste domingo, à publicação de uma série de textos autorais por meio dos quais exponho ideias, valores e ações importantes de serem compartilhadas com a população a quem sirvo. Para tanto, é motivo de muita honra ocupar espaço neste respeitado veículo de comunicação, que historicamente sempre esteve alinhado aos interesses e causas do povo, especialmente das classes menos favorecidas – o Jornal Pequeno.
Estar à frente da cidade e dos seus desafios estruturais, administrativos e políticos, esbarrando na escassez de recursos para tanto, tem nos exigido buscar alternativas as mais variadas em busca de condições reais para o enfrentamento dos problemas e buscados resultados que a população espera. E que depositou em nós a confiança para obtê-los.
A infraestrutura urbana de São Luís não acompanhou o elevado crescimento populacional, ocasionando problemas crônicos a serem enfrentados, como o da mobilidade urbana.
Neste sentido, nos últimos dois anos avançamos de maneira significativa na realização de obras de saneamento, com o objetivo de preparar a cidade para o enfrentamento de desastres naturais provocados pelas chuvas, evitar o acúmulo de água sobre as vias e ampliar a vida útil da pavimentação.
Anteriormente, os serviços de infraestrutura não possuíam um planejamento urbano efetivo, com sinalização clara de um plano de drenagem para a cidade. O que representou, a meu ver, um grande equívoco, considerando que o sistema de infraestrutura urbana é composto por subsistemas que refletem diretamente no funcionamento de toda a cidade. A drenagem, propriamente dita, é o que viabiliza o adequado escoamento da água das chuvas, evitando os alagamentos e assegurando, dentre outras coisas, o trânsito das pessoas e veículos, além da proteção às edificações. Essa questão foi esquecida nas últimas gestões, e, consequentemente, a conta chegou até nós.
Saneamento é o tipo de obra evitada por alguns gestores, por ser apontada erroneamente como obra invisível, que o povo não vê, mas nós tomamos a firme decisão administrativa na direção do que entendemos ser o melhor para a vida das pessoas.
Temos, em razão disso, atuado com afinco em serviços estruturantes como drenagem e desobstrução de canais e galerias, que garantem ainda a sustentabilidade da pavimentação. São estratégias antecipatórias que irão nos possibilitar “pisar em terra firme” e preparar nosso município para empreendimentos de maior porte, garantindo, sobretudo, maior qualidade de vida para a população.
As intervenções de drenagem profunda e superficial têm percorrido bairros em todas as regiões da cidade, principalmente nas áreas consideradas de risco. São quase 500 bairros com essa carência, sendo que muitos deles nunca receberam o tratamento urbano adequado. E nós estamos dando.
Com muita alegria, anunciei esta semana um investimento na ordem de R$ 22,8 milhões para serviços de recapeamento, revitalização de vias e drenagem profunda para o bairro Vila Janaína, na região da Cidade Operária. A ação beneficiará, diretamente, os bairros Jardim América, Santa Clara, Vila Vitória, e Vila Ryod, além de outras inúmeras comunidades do entorno, indiretamente, resultando em um total de 121 ruas contempladas.
Essa região convivia com um problema antigo de fluxo irregular de águas, em função da inexistência de uma rede de drenagem, o que nos exige agora que direcionemos algo em torno de 60% do montante de recursos para este fim, eliminando o problema e desconforto gerado a famílias que ali vivem.A obra vai tirar o bairro da situação de calamidade e terá impacto significativo na melhoria da mobilidade urbana de toda a região.
A resposta que recebemos da comunidade foi sincera e imediata. Nas palavras de um líder comunitário, o anúncio da obra representa “a realização de um antigo sonho, um sonho de 27 anos”.
Entendo que o planejamento urbano efetivo passa, necessariamente, por um processo permanente de diálogo com as comunidades, que assumem a condição de interlocutores na construção da cidade que queremos. A cidade sustentável é, indiscutivelmente, um processo de construção coletiva.
A partir deste novo entendimento que instauramos no planejamento urbano, o futuro de nossa São Luís não será incerto, nem tampouco obscuro. O alicerce está sendo consolidado, com a devida participação e fiscalização por parte da sociedade, em sinal claro de adesão a este que é um projeto de todos nós, de construção de uma nova história, de uma nova São Luís.
Vale ressaltar, oportunamente, o alcance desta ação em meio a este cenário inédito onde se configura nossa parceria com o governador Flávio Dino, que tem dispensado calorosa atenção para com os projetos que temos apresentado para engrandecimento da nossa capital, alguns deles já com resultados essencialmente positivos em áreas como segurança, saúde, e, muito em breve, também na mobilidade urbana e no abastecimento de água.
Nossa cidade possui mais de um milhão de habitantes e centenas de bairros com problemas históricos, que nos exige ação conjunta das esferas municipal, estadual e federal. Mas, mais que isso, precisamos da contribuição e perseverança de todos neste que é um valoroso pacto por uma São Luís melhor para se viver. Deus haverá de nos abençoar!
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