quarta-feira, 1 de julho de 2015

Othelino defende direito do governador de usar redes sociais e cita exemplo do Papa Francisco


Maranhão da Gente


Othelino neto 2
O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) defendeu, na tribuna, na sessão de terça-feira (30), o direito do governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), de usar as redes sociais para discutir o próprio governo, referindo-se a uma polêmica com o padre  Cláudio Bombieri e a questões do Sistema Carcerário. O parlamentar citou o exemplo do Papa Francisco que tem coragem de debater assuntos polêmicos da Igreja Católica de forma inovadora na internet.
“É só olhar para o Papa Francisco, olha como inova, como é corajoso. Ele colocou o dedo em temas que nenhum chefe religioso antes, nem a igreja, teve coragem de tratar. É um Papa que já falou, por exemplo, que é preciso discutir o celibato. Que já abordou a questão dos divorciados comungarem. Desculpou-se por casos de violência dentro da Igreja. Se ele discute assuntos polêmicos, expõe-se ao contraditório, se ele toca em temas sensíveis, então um padre não pode mais ser questionado? Não se pode discordar do padre? E mais, o governador do Estado não pode discutir nas redes sociais?”, comentou e indagou o deputado.
Othelino disse que há muitos excessos no destaque dado à crítica do texto do padre Cláudio Bombieri. Segundo ele, a oposição, que até outro dia era Governo, não é acostumada com o estilo democrático e transparente de Flávio Dino e tenta transformar em algo negativo o que deve ser elogiado. Ele disse que um governador se apresentar, expor-se ao debate nas redes sociais é um fato novo no Maranhão. Para o parlamentar, isso mostra que o governador está disposto a debater o seu governo, os problemas enfrentados e desce lá do mandato para discutir mesmo na internet.
“Isso é democrático, isso é saudável. Diferente de antes em que a ex-governadora Roseana Sarney nem governava, que dirá se prestar a discutir democraticamente, livremente um tema da maior importância como esse do Sistema Carcerário”, comparou.
Com relação ao episódio do padre Roberto Perez ter sido funcionário de uma empresa terceirizada, Othelino disse que é interessante agora ver alguns ditos “paladinos da moralidade” acharem isso normal. Segundo o deputado, estes mesmos criticaram, por muito tempo, a terceirização, no que diz respeito a servidores do Sistema Penitenciário, em particular de Pedrinhas, e não reconhecem que o atual Governo está, paulatinamente, acabando com isso.
Terceirização
Segundo Othelino, o padre, de fato, foi contratado em novembro de 2013, no auge da crise penitenciária. “E, coincidentemente, depois de ter sido dispensada a empresa terceirizada, passou a ser um crítico duro, ácido do Governo. Nada contra a crítica. É legitima e pode e deve ser rebatida. Não é pelo fato de ser padre que ele não vai ser rebatido, que não haverá o contraditório”, disse.
Othelino criticou a oposição por mostrar matéria sobre o Sistema Carcerário na revista Carta Capital, mas não dizer que o mesmo veículo publicou uma notícia, dando conta que dez mil professores terão formação sobre trabalho escravo no convênio com a ONG Repórter Brasil. “Foram lá com a lupa olhar aquilo que questionava o Governo, mas não observaram, na mesma revista, uma ação inédita, que tem política de combate ao trabalho escravo”, disse ao lembrar que a ex-governadora vetou o projeto, de sua autoria, que cancelava a inscrição estadual de empresas que, comprovadamente, utilizassem mão-de-obra escrava.
Sobre um pedido de desculpas do governo Flávio Dino em torno da polêmica com o padre Cláudio, sugerido pela oposição, Othelino  disse que nunca viu o grupo Sarney se desculpar pelo que fez com o Maranhão, por ter recebido um Estado próspero e entregue destruído. “Isso, sim, mereceria um pedido de desculpas”, frisou.
O deputado reiterou, no final do pronunciamento, que a postura do governador de não fugir ao debate merece aplausos. Segundo ele, é  importante discutir os problemas do governo, não só internamente com sua equipe, mas nas redes socais, ouvindo e respondendo críticas, “porque assim é que age um governo moderno, um governador democrático, transparente, que sabe aonde quer chegar com seu governo”.

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