Os governos passam, você fica, os governos devem servir à sociedade e a você: Não o contrário
É próprio das democracias as alternâncias de poder. Hoje o governante será um amanhã, outro. As políticas poderão ser as mesmas ou outras. Onde, então, devemos influir?
Nas políticas, e não exatamente nos políticos. Devemos temer ou amar mas as políticas do que os políticos. Se não derrubarmos a trajetória política de massacrar a educação e delegar a ela uma parcela ridícula dos percentuais das arrecadações, lutaremos em todas as eleições e ficaremos na mesma, porque cada político que ganha a eleição servirá à política anteriormente traçada. Precisamos colocar o governo no seu lugar.
Ainda é importante notar que não só na área pública que podemos trabalhar. Talvez possamos cair num estado de alienação, onde, por falta de confiança em nossa capacidade, procuramos o setor público para termos garantia de emprego.
Mais a maior garantia estará, sem dúvida, em nossa competência. Vocês podem ver que os governos, quando fisiológicos, e estes são ainda a maioria, enchem as secretarias e depois, por falta de dinheiro, achatam os salários.
Então, o professor que ficou preso ao governo, agarrando-se àquela suposta garantia de futuro sem desemprego, amargará toda sua vida profissional com um salário ínfimo, incompatível com sua dignidade; Reclamará o resto da vida por causa dessa alienação. Como consequência surgirá um circulo vicioso, fácil de ser compreendido: O professor não se atualizou e confiou mais no governo do que em si mesmo; veio-lhe de encontro achatamento salarial oriundo de políticas fisiológicas; ele não consegue outros empregos por estar ultrapassado em seu conhecimento. Tal profissional, que já encerrou sua carreira antes do tempo, ficará esperando o momento da alforria ou da aposentadoria naquele mesmo emprego. Por fim, verá que ganhou muito pouco enquanto trabalhou e ganhará menos ainda quando estiver aposentado.
Hamilton Werneck
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