Baú Memória - do saudoso líder da família Brasil - Tutóia 85 anos!
José Arlindo Coelho Brasil, nasceu em 04 de maio de 1946, no povoado Baixão dos Almeidas, município de Tutoia/MA. Filho de Maria Coelho Brasil e Manoel Almeida. Com 02 anos de idade, mudou-se com sua mãe e sua irmã Ozima, para o Povoado Lagoinha deste mesmo município. Anos depois mudando-se para a sede, neste mesmo período sua mãe adotou um casal de filhos. Segue abaixo a vida e trajetória de um dos homens influentes no surgimento da colônia de pescadores por esse município, também na década de 70, como relata o livro do Sr. Coizinha
Foto: José Arlindo e sua primeira neta(Crislaine Brasil)
Ele já conhecido como Zé Arlindo, aos 15 anos de idade começou a pescar, sendo um dos companheiros do senhor Antônio Felix (Baraeiro) e aos 18 anos, foi trabalhar nas salinas do Igorohom onde passou aproximadamente (02) dois anos. Com 20 anos de idade, casou-se com Luiza Marques de Lima, com quem teve 12 filhos, os mesmo passaram a residir no Bairro São José.
Em 1970, tornou-se sócio da Colônia de Pescadores Z-17, posteriormente fazendo parte da diretoria como secretário tendo como Presidente o senhor Nelson Ferreira Silva, dando sua contribuição durante alguns anos. Como vivia no ramo da pesca, aproveitou as oportunidades e fez vários cursos profissionalizantes através da Diretoria de Portos e Costas do Mistério da Marinha. Já como sócio, prestou serviço no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro do Brasil-Base de Operação do PDP/MA, através da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca- SUDEPE, trabalhando com a senhora Socorro Arraiz, na referida Colônia até o ano de 1979. Numa das viagens a São Luis, conheceu outros irmãos e irmãs paternos que moravam lá, os quais se orgulhava.
No ano de 1980, mudou-se para o centro da cidade, com a intenção de melhorar a vida da família, bem como estudos para os filhos, pois naquela época o trajeto do Bairro São José ao Centro era muito difícil por conta das dunas altas e muitas lagoas.
Passava a maior parte do dia no bairro, onde fez da sua antiga casa um depósito para seus materiais de pesca, assim como, um ponto de comércio onde vendia lanches. Com seus materiais dava oportunidade de trabalho ao irmão, aos parentes de sua esposa e a outros, comprando deles a produção. A partir daí já não tinha a pesca como uma atividade diária e resolveu se firmar como "atravessador". Depois ao ver as dificuldades de outros pescadores na venda de seus produtos, resolveu ampliar seus negócios na compra e venda de pescados, e assim garantia estabilidade à sua família. Nesse ramo contava com a ajuda das filhas mais velhas quando não estavam na escola.
Teve muitos companheiros de trabalho, amigos, entre eles
Sebastião Mágulas ( Bastim), Jose Antônio, Chagas Lima e especialmente o grande e velho amigo Francisco Pereira Diniz (Coizinha). Ele e seu Coizinha, diante do conhecimento que tinham da luta dos pescadores, trocavam idéias, faziam planos e sonhavam em buscar alternativas que melhorasse a vida dos pescadores, através da Colônia de Pescadores Z-17. Idéias e planos que eram compartilhados com outros envolvidos na luta, a lembrar Pedro Bina e João Gaspar.
Depois tornou-se sócio do Sindicato dos Arrumadores Carregadores e Ensacadores de Sal de Tutóia e Araioses/ MA, na categoria arrumador. Onde prestou serviços, inclusive indo trabalhar no Igoronhon, conforme escala até encerrar a vinda de navios que transportavam sal. No referido Sindicato fez parte da diretoria como tesoureiro. Após se aposentar, continuou na atividade de compra e venda de pescados .
Em janeiro de 1997, juntamente com toda família, tiveram uma grande perda causada por um acidente fatal com o filho Josiel, de 18 anos. Depois daquele triste fato foi observado pela família que ele, já com 51 anos, não tinha mais tanto vigor para o trabalho que exercia, mas continuou naquela luta diária até o dia 20 de outubro do mesmo ano, data que antecedeu sua morte causada por um infarto fulminante. Deixou sua esposa, 10 filhos e 07 (sete) netos. Foi uma pessoa que nunca deixou de exercer suas responsabilidades como pai e esposo, buscando sempre trabalhar para garantir o bem estar dele e da família. Junto com sua esposa pelo pouco conhecimento que tinha se esforçaram para ajudar na formação do caráter e garantir a formação educacional de seus filhos (as). Foi um homem muito trabalhador, de caráter incontestável e solidário que, diante de suas possibilidades desempenhou seu papel de cidadão da melhor forma possível.
A memória não pode morrer - Tutóia 85 anos de Emancipada
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