85 anos Tutóia é a nossa viagem no túnel do tempo
Monsenhor Hélio Maranhão-Livro
Para quem pensa e sonha, um dia, poderá acontecer um milagre da utopia que é a realização do que pensou e sonhou. De fato somente quem sonha e quem pensa é que pode realizar o projeto que pensou e sonhou. Eu, penso e sonho um dia, poderá acontecer o milagre da utopia que é a realização de que se pensou e sonhou. De fato, somente quem sonha é quem pensa é que pode realizar o projeto que pensou e sonhou. Eu, penso e ainda carrego Tutóia, em minhas preocupações e orações e sonho com uma Tutóia, diferente da que esta lá, pois eu, lá passei quase 25 anos. Fui o pastor(padre), que mais tempo consagrou aos trabalhos pastorais de Tutóia. Quando lá cheguei, na década de 60, as ruas eram verdadeiros tombadeiros de areia. A luz era gerada por uma usina, motor MWM da organização "João Tavares" para iluminar todo o centro da cidade(colégios-Almeida Galhardo e Castelo Branco, a Prefeitura, o Hospital "Zuza Neves" e o Hospital Lucas Veras, a Igreja e a Casa Paroquial). Não havia água encanada, nem tratada. Os que tinham melhor condição econômica bebiam a melhor água de Tutóia. Não havia Ginásio, nem Científico. Ali organizei o 1º Ginásio e a 1º Escola Normal-Ginasial, instituição escolar que a LDB de então permitia e até estimulava. Foi o tempo da Escola Nornal-Científica-Ginasial "Almeida Galhardo" que em 1972, o CEE/MA, transformou em Colégio Almeida Galhardo, 1º e 2º graus. Foi, de fato um salto qualitativo, verdadeiro milagre da coragem, da inteligência e do amor de jovem sonhador. Aqui, quero homenagear o 1º Prefeito eleito, depois de minha chegada à Tutóia, o senhor José de Almeida Véras, homem sério e justo, religioso, católico praticante e membro do Conselho Paroquial da Igreja de Tutóia.
Ele teve a coragem e a petulância administrativa de superar as dificuldades e a distância, trazendo da distante Parnaíba(PI), barcaças e barcaças de pedras, para o primeiro calçamento de Tutóia. Vi e assisti, muitas vezes, anos após anos, a rua principal (Senador Leite), coberta de sarnambis frescos, as chuvas e os ventos, desaparecerem nas brancas areias de Tutóia. Meninos, eu vi-diz o poeta Gonçalves dias, no seu I Juca-Pirama, Eu vi a Tutóia. Sonhei. Ajudei-a e vi a Tutóia, pequenina, menina-menina, pelas manhãs, tardes e noites, livros e cadernos a tira-colo, a caminho do Chalé que se tornou, com o tempo , o maior centro de educação de Tutóia. As Irmãs-Filhas de Santa Teresa-vieram de Crato(CE), para nos ajudar e muito nos ajudaram, sobretudo,, na educação e na formação das Comunidades Eclesiais de Base(CEB's), que nasceram ali nas brancas areias de Tutóia. E eu, ficava entermeccido, ao ver crianças de canoa a remo ou de lancha a vapor, chegarem do interior-Porto de areia, Bom Gosto, etc... Buscando o Chalé. Hoje, quando me lembro das pessoas de lá, velhos amigos de Tutóia, eu os revejo, subindo calçadas e os degraus do Chalé, porque quase todos os profissionais e administrativos de Tutóia, passaram pela Escola Normal-Ginasial e depois pelo Colégio "Almeida Galhardo" Tenho muito orgulho disto, pois hoje, Tutóia tem a plêiade de intelectuais jovens, verdadeiros talentos e valores literários com quem estaremos, em breve instalando a Academia de Ciências, Artes e Letras de Tutóia-ACALT, que já foi criada. Uma das testemunhas desta intelectualidade é a professora Bernarda Catanhede, que assumiu com amor seu ministério educacional no "Almeida Galhardo" durante vários anos, na cadeira de Geografia, nascida no povoado de Conceição, pertinho de São Pedro do Cedro, Bernarda, graças aos esforços de sua mãe, veio com suas irmãs estudar no Almeida Galhardo, onde se formou e foi aluna da 1º turma dos 13 professores regentes de Tutóia, que depois concluíram o normal pedagógico em 1974. Bernarda, é um exemplo e um modelo para todos os jovens de Tutóia. Ela acaba de escrever e já vai publicar o seu livro-Conheça Tutóia, verdadeiro memorial daquela terra, já cantada e descantada pelos seus poetas e cantores. Diz o autor Padre Monsenhor Hélio Maranhão e lançado pela professora Bernarda Catanhede.
Minha terra pequenina, nem parece uma cidade,
Mas parece uma menina, sem requinte e sem vaidade,
Assim mesmo tão modesta, é tão linda ao por do sol...
Nunca vi tanta seresta. Canta o mar, canta a floresta,
Canta o vento nos coqueiros, sabiás nos cajueiros,
No canteiro, rouxinol. (Nonato Freitas).
Minha terra pequenina, Taba de Teremembés,
Bem juntinho da colina, o mar lhe beijando os pés,
Cidadezinha esquecida, distante da capital,
Mayrim dos índios, mimosos, foi depois Vila Viçosa,
Hoje é bonita jóia, Cidade Nova Tutóia,
Princesa do Litoral. (Pastor de Tutóia).
Assim, para mim é uma verdadeira satisfação apresentar ao público tutoiense e maranhense - Conheça Tutóia.
Verdadeiro memorial da vida, dos costumes, das tradições religiosas e culturais, das belezas e do fascínio deste "torrão" privilegiado, terra mimosa, dadivosa e boa. Agradeço primeiro a Deus Pai, por todos estes dons e por todos os alunos e alunas que passaram pelo forja-berço, o Colégio Almeida Galhardo, pois foi lá que eles nasceram de novo, se forjaram, lá se temperaram e se prepararam para os prélios imorredouros, como cantava o poeta Maranhão sobrinho.
Parabéns... à professora Bernarda Catanhede, ao Almeida Galhardo, que já está colhendo frutos ópimos e deliciosos. Parabéns, Tutóia, minha segunda terra, meu berço de areias, meu encanto, meu sonho e minha grande utopia.
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