segunda-feira, 7 de abril de 2014

Bandeira eleitoral de Dilma, construção de creches patina

Eleições 2014


Meta de erguer 6.000 novas unidades foi uma das promessas eleitorais de Dilma em 2010. Obras de quadras em escola também estão atrasadas

Gabriel Castro, de Brasília
A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de lançamento da Agenda de Atenção Básica à Primeira Infância e de assinatura de termos de compromisso para construção de creches do Programa ProInfância/PAC2MUITA PROMESSA – A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de assinatura de termos de compromisso para construção de creches do Programa ProInfância, do PAC 2, em 2012 (Roberto Stuckert Filho/PR)
Uma das propostas mais marcantes de Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral de 2010 foi a de construir 6.000 creches pelo Brasil até o fim do seu mandato, em 2014. Mas o compromisso, reforçado após a vitória nas urnas, dificilmente será cumprido. Quando iniciou seu quarto ano de mandato, em janeiro, Dilma havia inaugurado apenas 223 creches – 3,7% do total prometido. O total de obras listadas, mesmo as que ainda não saíram do papel, também estava abaixo do previsto: 5.257.
Os dados integram o amplo levatamento feito pelo site de VEJA e pela ONG Contas Abertas nos balanços oficiais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 disponibilizados pelo governo federal.

Infográfico: Confira o andamento de cada uma das 49.095 obras do PAC 2
Levando em conta o prazo de conclusão das obras (pelo menos um ano a partir do início da licitação), é certo  que a construção das 6.000 creches serão mais uma meta não cumprida pela presidente.
A construção das unidades é feita em parceria com as prefeituras: o governo federal repassa os recursos mas é o gestor municipal quem fica responsável por escolher o local da obra e realizar o empreendimento. A demanda por creches é real no país. Mas, por causa da burocracia ou por falta de interesse, os prefeitos parecem não ter ficado impressionados com o plano de Dilma.
Em 2013, já ciente de que a procura era menor do que a prevista, o governo flexibilizou as regras para a adesão ao programa e passou a oferecer um projeto-padrão de engenharia, para agilizar os trabalhos.
Na ocasião, Dilma fingiu que os trabalhos estavam prosseguindo no ritmo ideal: "O nosso compromisso era 6.000, mas é muito possível que seja um número maior que nós vamos entregar de creches", disse ela. 

O Ministério da Educação afirma que parte dos atrasos se devem às prefeituras, e diz que o governo trabalha para contratar 6.000 obras de creches até o fim do ano. Aquelas que não estiverem prontas estarão em fase avançada de construção. Mesmo sendo verdadeiras a alegações, a justificativa não é suficiente para eximir o governo de cumprir a promessa feita na campanha. Em 2010, Dilma não se preocupou em explicar ao eleitor que, na verdade, os prazos não dependiam apenas da União. Fonte: Revista Veja

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