Deu no Marrapá: Parque eólico prometido não saiu do papel pelo governo do Estado
Anunciado com pompa e circunstância pelo governo de Roseana Sarney como um dos grandes investimentos que fariam o Maranhão bombar, o projeto de implantação de parques eólicos na região dos Lençóis Maranhenses já poderia constar no rol das promessas não cumpridas pelo grupo Sarney, assim como a Refinaria Premium I e o anúncio de que a exploração do gás natural só traria riquezas para o estado.
O projeto foi anunciado em 2012 por executivos da Bioenergy, representantes do governo do Maranhão e Ministério de Minas e Energia, do ministro Edison Lobão (PMDB), com previsão de investimentos na casa de US$ 6 bilhões para a instalação de 13 parques eólicos nas cidades de Tutóia e Paulino Neves.
O anúncio da criação de mais de 2 mil empregos diretos animou a população da região, que até hoje aguarda pelo empreendimento, cujo o início da operação era previsto para este mês.
Para escoar a energia gerada nos parques, a Bioenergy também construiria uma linha de transmissão de 500 KVA, com 230 km, interligada à subestação de Miranda II.
A construção de uma estrada de 36 km de extensão para facilitar o transporte de equipamentos da empresa, que faria a interligação entre os municípios de Barreirinhas e Paulino Neves – reivindicação antiga dos moradores da região – chegou a ser iniciada. No entanto, parece ter sido abandonada após divergências entre a empresa e a prefeitura de Paulino Neves.
DIVERGÊNCIAS
Alegando que o projeto de instalação das turbinas eólicas desrespeitava o meio ambiente e o projeto inicial, a prefeitura de Paulino Neves e a Câmara do município se recusaram a emitir licenças de uso do solo à Bioenergy.
De acordo com o prefeito Raimundo Lídio (PRB), a empresa deveria instalar o parque eólico na faixa de vegetação rasteira entre a área de dunas e a cidade. Entretanto, o gestor diz que o projeto foi modificado sem muitas explicações e que a Bioenergy começou a montar a estrutura das turbinas em cima do cinturão de dunas.
“Nunca nos disseram que instalariam turbinas sobre as dunas, o que destruiria o nosso principal cartão de visita. Modificaram o projeto sem nos informar. É isso que o município, a população e os operadores de turismo não aceitam”, afirma o prefeito.
O prefeito reclama ainda que a governadora Roseana Sarney se apropriou inicialmente da proposta do parque eólico, chegando inclusive a anunciá-lo nas propagandas do rádio e na TV. No entanto, após a paralisação das obras, o governo estadual se omitiu de exigir providências e explicações da Bioenergy.
OUTRO LADO
Procurada, a Bioenergy confirmou a versão de Raimundo Lídio e informou que o projeto passa atualmente por uma readequação. De acordo com funcionários do escritório instalado em Paulino Neves, não há uma previsão para retomada da instalação do Parque Eólico, da Linha de Transmissão ou das obras na estrada.
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