A presidente Dilma Rousseff decidiu que vai pessoalmente ao Congresso, nesta terça-feira (2), levar a mensagem do Executivo para este ano de 2016, na reabertura dos trabalhos do Legislativo.
Dilma quer pedir colaboração dos deputados e senadores para votar matérias importantes neste ano, sobretudo, de impacto na situação econômica – vai citar a necessidade de aprovação da Desvinculação de Receitas da União, a DRU e a recriação da CPMF; e pretende falar das providências do governo para o enfrentamento ao mosquisto Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, doença que justificou alerta da Organização Mundial da Saúde.
Como a presidente já havia decidido não comparecer ao Congresso, assessores do Palácio do Planalto, estão cautelosos com a mudança de planos e dizem que "até aqui, a presença dela está confirmada".
A decisão de comparecer é pessoal, uma vez que alguns assessores viam mais inconvenientes do que vantagens na presença dela na reabertura dos trabalhos do Congresso e também no papel que ela terá de ler a longa mensagem que está pronta para ser enviada.
A ida de Dilma ao Congresso foi uma sugestão do ex-ministro Delfim Netto, atualmente, de longe o mais influente consultor de Dilma e dos ministros mais próximos.
Ele chegou a ser convidado para o Ministério da Fazenda e recusou, mas avalizou a indicação de Nelson Barbosa para o cargo.
Nos últimos dias, ele tem dado entrevistas para cobrar da presidente uma ação mais firme, repetindo a frase: "Não existe presidencialismo sem uma ação firme do presidente", numa crítica à falta de iniciativa de Dilma, sobretudo em relação às reformas estruturais que ele aponta como necessárias.
Na mensagem ao Congresso, Dilma vai ainda pedir a parceria do Congresso para permitir ao Brasil "alcançar patamares mais altos de justiça, solidariedade e igualdade de oportunidades".
Ela vai relatar que foi feito um ajuste fiscal inédito, da ordem de R$ 134,1 bilhões, ou 2,3% do PIB. Dirá ainda que o esforço fiscal não está concluído e, por isso, o governo precisa da prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), da recriação da CPMF e que o governo vai perseguir a meta de superávit de 0,5% do Proiduto Interno Bruto (PIB).
A presidente explicará que o governo precisa mais flexibilidade para gerir o orçamento e de mais receita para dar sustentabilidade ao ajuste fiscal e pretende prometer que a autoridade monetária (o Banco Central) vai atuar para buscar levar a inflação para o centro da meta.
Cristina Lôbo
Cristina Lôbo
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