Maranhão da Gente
A mais recente denúncia de corrupção na Petrobrás, cujo fundo do poço parece está abaixo do pré-sal, respingou no ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB).
Segundo a revista “Época” desta semana, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento preso e indiciado por desvio de dinheiro público, deixou a empresa, mas manteve “apaniguados do PMDB”. O mais poderoso deles, José Raimundo Pereira, ficou à frente da gerência responsável por compras e vendas milionárias (sem licitação) de produtos derivados de petróleo. “Pereira era mantido no cargo por indicação pessoal de Edison Lobão”, diz a revista.
“Época” relata um curioso bate-boca entre Pereira e a presidente da estatal Graça Foster. “Se você pensa que se manterá no cargo só porque foi indicado pelo Lobão, está enganado”, disse a indicada de Dilma. Pereira retrucou furioso: “Se a senhora pensa que é presidente da Petrobras porque é a melhor engenheira da empresa, está enganada. A senhora está presidente porque sua indicação política é melhor do que a minha.” Graça Foster respondeu com “impropérios”, nas palavras de quem assistiu à cena. Pereira levantou-se e deixou a sala.
Numa demonstração do peso que a política tem nas decisões tomadas – e nas que deixam de ser tomadas – na Petrobras, Graça Foster não conseguiu demitir Pereira. Ele permaneceu mais dois anos no cargo. Foi demitido apenas há três semanas, no dia em que a Polícia Federal entrou, com ordem judicial, na sede da Petrobras, em busca de provas do esquema de corrupção liderado por Paulo Roberto.
DENÚNCIAS SEM FIM
A denúncia da vez, relatada pela revista, é um contrato de US$ 826 milhões com a Odebrecht (algo como R$ 1,7 bilhão) em troca de uma doação de campanha equivalente a US$ 8 milhões. Após uma série de auditorias, em janeiro de 2013, decorridos pouco mais de dois anos da contratação, a Petrobras anunciou a redução do contrato: de US$ 826 milhões, para US$ 480 milhões.
“Época” relata também o contrato fechado por Paulo Roberto e apaniguados com a petroquímica Unipar, em 2008, ao custo de R$ 380 milhões. No mercado o valor foi tido como “muito pouco” para entrar na sociedade, ainda por cima a Unipar tendo controle sobre ela. A “auspiciosa” parceria rendeu propina ao esquema de Paulo Roberto e Alberto Youssef, o doleiro, segundo suspeita a PF. A Unipar depositou R$ 466 mil na conta de uma das empresas de fachada de Youssef.
O ministro Edison Lobão afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que conhece o ex-gerente José Raimundo Pereira. De acordo com a nota, Pereira chegou ao cargo de gerente executivo de Marketing e Comercialização “por decisão da direção da empresa” e “contou com o apoio”. Fonte; Blog. Marrapá e Leandro Miranda.
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