Menina passou pela 6ª sessão de laserterapia na quinta-feira, em Goiânia.
Mãe diz que Kemilly passa a mão no rosto sem os pelos: 'Toda convencida'.

já foram removidos (Foto: Vitor Santana/G1)
A sexta sessão de laserterapia foi realizada na quinta-feira (20) no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. No total, a criança já teve cerca de 80% dos pelos corporais removidos.
Kemilly nunca teve uma festa de aniversário devido às condições financeiras dos pais, mas, este ano, toda a família se uniu para proporcionar esse momento a ela. “Nos outros anos não tínhamos condições pelo custo dos remédios que a gente tinha que comprar. Esse ano, cada um da família tá dando alguma coisa para fazer a festinha”, contou a mãe.
A aniversariante já tem noção do que a data representa e se mostra toda animada. “Vou ganhar presente”, diz Kemilly, esperando voltar à sua cidade natal, Augustinópolis, no Tocantins, onde será realizada a comemoração.
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Kemilly foi diagnosticada com uma doença genética e hereditária chamada
hipertricose lanuginosa, também conhecida como "síndrome do lobisomem",
que a faz ter uma quantidade de pelos no corpo acima do considerado
normal. Após dois anos buscando tratamento, os pais conseguiram a
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A animação e felicidade Kemilly é notada por todos no hospital onde ela faz sessões a cada 15 dias. “Nós estamos bem felizes por ela. Ela está reagindo muito bem, mudou completamente. Ela já percebe toda a diferença no corpo”, afirma o médico Zacharias Calil, responsável pelo tratamento da menina.
A laserterapia ainda está no início e a previsão é de que 40 sessões sejam realizadas dentro de dois anos. A cada nova etapa também é necessário que se faça retoques nas áreas já tratadas. “Ainda não podemos dizer se conseguiremos eliminar todos os pelos. A expectativa é que, pelo menos, 70% dos pelos sejam removidos definitivamente”, disse Calil.
A próxima etapa é remover o pelo das costas, mas a data do novo procedimento ainda não foi agendada. “Preferimos deixar em aberto até decidirmos o dia certo da nossa mudança para Goiânia”, revelou o pai da menina, o eletricista Antônio de Souza, 34 anos.
Mudança
A longa distância percorrida para o tratamento de Kemilly obrigou os pais a decidirem mudar para Goiânia. Eles têm que sair do Tocantins e enfrentar 25 horas de viagem de ônibus para levar a filha até o HMI.“Nós sempre pedimos passagem de avião para a Secretaria de Saúde do Tocantins [Sesau], mas eles nunca nos deram, falam que já dão a de ônibus e que não tem justificativa para trocar por avião, mesmo sabendo que ela fica com toda a pele sensível”, disse Patrícia.

de pelos (Foto: Fernanda Borges/G1)
“Eu desisti de esperar a ajuda do governo. Minha preocupação maior é com a saúde da minha filha, então nós alugamos uma casa aqui [em Goiânia] e vamos mudar, recomeçar do zero”, disse o pai de Kemilly.
Nesta e na última sessão, a família viajou de avião até a capital com passagens doadas por pessoas que se solidarizaram com a história da criança. “Mas não dá para ficar dependendo da ajuda dos outros para sempre. Agora eu vou precisar procurar outro trabalho aqui para nos manter”, disse Antônio.
Atualmente, a família sobrevive com a renda de R$ 1 mil proveniente do salário de Antônio. “Até o meu marido arrumar outro emprego, vamos sobreviver com o dinheiro que eu ganhei vendendo algumas roupas. Pegamos um dinheiro emprestado, compramos tudo em roupas e eu revendi”, disse Patrícia. “É difícil separar do resto da família, mas a prioridade é cuidar da nossa filha, ver ela feliz”, finaliza a mãe.
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