Eleição no Maranhão vai movimentar mais de R$ 22 milhões em setores da economia
Cada vez mais competitivas, as campanhas eleitorais saíram do amadorismo e passaram a ser profissionalizadas. A fim de serem eleitos, os candidatos investem pesado na contratação de serviços diversos e na aquisição de materiais de divulgação, impulsionando setores como o gráfico, de publicidade, transporte, estamparia, imobiliário, têxtil, de informática, dentre outros. Os investimentos realizados pelos políticos neste período alavancam o faturamento dessas áreas e aquece a economia.
Nas eleições deste ano, estima-se que sejam aplicados cerca de R$ $ 22.102.207,02 nas campanhas eleitorais dos candidatos que concorrem aos cargos de governador, deputados estaduais e federais e senadores. O valor já foi, inclusive, aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA), o custo com as eleições deste ano no Maranhão é quase o dobro do pleito de 2010, que teve despesa total de R$ 16.053.307,80. Em 2012 as eleições custaram R$ 16.039.522,79.
De acordo com a legislação, o dia 5 de julho, é o prazo final para registro da candidatura no TRE/MA, com abertura de conta corrente em nome do partido e depósito de recursos da coligação para a campanha. A propaganda eleitoral começa efetivamente a partir do dia 6 do corrente mês, quando os candidatos estão autorizados a iniciar a campanha junto aos eleitores.
O período eleitoral é visto como uma oportunidade de aumentar o volume de negócios. Uma das maiores demandas ocorre no setor gráfico, responsável pela impressão dos populares santinhos e de adesivos para carros.
Carlos Brandão, proprietário de uma gráfica no João Paulo, explica que no início do mês começaram os pedidos de orçamentos. Segundo ele, o setor espera crescer de 10% a 30% em função das eleições. Ele acredita que o maior aumento se dará nas gráficas que estão mais bem equipadas e com capacidade para produção rápida e de qualidade dos materiais relativos à eleição.
"O mercado gráfico é importante para os candidatos à medida que a propaganda impressa é mais barata que as demais mídias, além de servir como uma ‘cola’ para o eleitor utilizar no momento da votação. Não acredito que o político vá abrir mão deste material e optar somente por mídias eletrônicas”, explicou.
Comunicação visual
O setor de comunicação visual também já começou a ter mais trabalho com a campanha eleitoral. Em uma empresa de comunicação visual o serviço costuma aumentar 60% neste período. Eles estão à procura de novos profissionais para dar conta da demanda, mas ainda não encontraram.
Na empresa são fabricadas faixas, cavaletes, adesivos e outros materiais que dão visibilidade para a campanha. Para conseguir entregar os pedidos em tempo hábil, a empresa realiza contrações temporárias. “Com o aumento da produção já tive que contratar mais duas pessoas”, declarou o empresário Jairo da Silva.
Outros serviços
O mercado de imóveis é outro que vive dias mais rentáveis durante a campanha eleitoral. Para montar comitês, os aluguéis temporários ficam entre os mais procurados. Segundo o corretor imobiliário, Diego Cavalcante, os partidos e candidatos buscam imóveis comerciais bem localizados. “São imóveis mais comerciais de uma visibilidade muito grande, até para que se venda também a imagem do candidato”, observou.
Marketing digital
Outro setor que ganha destaque ainda maior nas eleições é o de marketing digital, sobretudo nas eleições 2014, onde os candidatos devem estar mais próximos dos eleitores de diferentes partes, por meio das redes sociais.
Para atuar neste segmento, considerado estratégico para quem deseja vencer uma eleição hoje em dia, empresas e profissionais apostam em qualificação e na oferta de um serviço especializado, que pode fazer toda a diferença no resultado do pleito. Esta, sem dúvida, é uma das grandes apostas e alvos de boa parte dos investimentos da campanha deste ano.
O momento também é bom para os criadores de jingles. O produtor musical maranhense Giovanni Feghalli está na expectativa dos trabalhos para este período eleitoral. “Este é um momento que acaba alavancando a produção deste tipo de trabalho. A procura aumentou 70% em média”, afirmou.
O cenário aquecido também se tornou oportunidade para as malharias. A proprietária de uma malharia, Ana Loren Ares, se diz animada com a chegada das eleições, onde há grandes expectativas de alto lucro.
“A chegada das eleições requer um preparo financeiro por parte do empresário, mesmo com a proibição de entrega de camisas, isso não desanima as malharias, agora o foco são as bandeiras, que variam seus preços entre R$ 5 a R$ 140 reais, com margem de lucro de quase 70%,” afirmou.
Ela disse ainda que já investiu R$ 120 mil em máquinas de ultima geração, para garantir uma boa qualidade de impressão das bandeiras que são utilizadas nos bandeiraços pelos candidatos.
Outro segmento que tem renda garantida com as eleições são os proprietários de veículos de sonorização. Há 11 anos no mercado, Alex dos Santos Godin, de 35 anos, diz que dentre as altas temporárias como carnaval, e as festas juninas, não há outra igual como as campanhas políticas, um meio de faturar alto com locação de carros de sonorização, onde dispõe de vários veículos de pequeno, médio e grande porte.
“As eleições é a melhor época para faturar, no período da campanha dar para faturar cerca de 200 mil, onde o aluguel varia de R$ 5 a R$ 10 mil por mês. Isso porque só disponibilizo oito carros, onde deixo alguns para os meus clientes fixos, não posso deixá-los na mão,” afirmou. Informações. Jornal o Imparcial
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